"Aqui você lê o conteúdo essencial do Evangelho da Graça de Deus que revela o único Caminho a ser feito .... o Caminho é Jesus!"

sábado, 27 de dezembro de 2008

Carta do Juliano para Ana Julia - Parabéns!

Bragança Paulista, 26 de dezembro 2008.



A uma florzinha muito especial!



Neste dia tão especial estamos comemorando o sexto ano de sua existência. E assim, quero dizer que pra mim você verdadeiramente é um presente de Deus. Com você tenho aprendido a ser pai, e a entender como o Pai nos ama incondicionalmente. Aprendi a satisfação e o êxtase de poder dar uma boa gargalhada contigo. Aprendi a fazer comidinha de mentirinha. Aprendi a trocar roupinha de suas bonecas. Aprendi a ser criança novamente, e pude ver quão bom é crer que o Pai sempre nos fará o bem. Te amo minha flor. Por você dou e daria a minha vida, para poder te ver feliz.

Peço perdão a você também, porque nem sempre tenho razão. Perdão por brigar demais; por implicar demais; por ficar bravo demais; por te magoar, e por fazer você chorar em várias ocasiões. Saiba que minha intenção nunca foi o de te magoar, porém, apesar dos erros, busquei sempre acertar, mesmo quando errei pensando estar acertando. Me perdoa meu amor. Te amo muito, muito e muito minha florzinha.


Neste ano não pudemos fazer uma grande festa pra você, porém, saiba que em meu coração a uma enorme festa de alegria, de regozijo por poder ter a oportunidade de ao seu lado compartilhar de mais um ano de vida.

Espero que agora, você possa crescer mais e mais, sendo educada, atenciosa, carinhosa e meiga como só você sabe ser. Vai viver uma nova experiência em sua vida, e mais um ano de desafios, de estudos, de certezas, e pode estar certa que será mais um ano onde você terá um pai-protetor ao seu lado.

Em mim você sempre encontrará abraço, um colo, um aconchego, um carinho, um cafuné, um beijo, repreensão também – não podemos esquecer né....rsrsrs – uma declaração de amor, e uma validação de quem você é pra Deus.

Desejo que tenhas muita saúde, alegria, paz e amor neste dia tão especial.

Feliz aniversário minha flor!

Parabéns pelo seu dia!

Amo você, minha flor!


Com amor e carinho,

Papai Juliano.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

A revolucionária e marginal natureza do Natal


Os textos chamados natalinos são todos de natureza revolucionária e marginal.


José é maior que o machismo, e aceita sua mulher, sem poder explicar para ninguém a gravidez dela (isso se alguém tivesse descoberto), mas apenas aceita o testemunho de um anjo, e, ainda pior: num sonho. José torna-se marginal. Deflagra as chamas da revolução da dignidade.



Os magos do oriente chegam conforme a Ordem de Melquizedeque, pois, sem terem nada a ver com a genealogia de Abraão, seguem uma estrela que anda no interior deles, e, caminhando nessa simplicidade discernem aquilo que os teólogos de Jerusalém só sabiam como "estudo bíblico". Os que tinham a Escritura (os escribas), não tinham a Revelação. E quem nada sabia da Escritura tinha sabido o necessário acerca do Verbo pela via da Revelação. Uns sabiam o endereço: "Em Belém da Judéia…", mas não tinham a disposição de sair do lugar… amarrados que estavam à idéia de que conhecer o texto leva alguém a qualquer lugar. Já os que perguntavam (os magos), estavam no caminho… seguiam… e são eles os que chegam onde Jesus estava. Eles dão testemunho do potencial revolucionário do Evangelho para qualquer alma da Terra. Esta é a revolução supra religiosa, conforme a Ordem de Melquizedeque.



A velha Isabel dá a luz um filho. Seu velho marido não pode nem contar a história, pois fica mudo. É a revolução dos estéreis e mudos.



O rei dos judeus não tem onde nascer! Esta é a subversão dos poderes!



Pastores distraídos são visitados por miríades de anjos—e eles representam os homens de boa vontade. É a marginalidade da Glória!



Nenhum dos sábios de Jerusalém discernem o Príncipe Eterno quando seus pais o levam ao templo para a circuncisão, mas apenas uma profetiza velha e um ancião sem significado religioso. A revelação não sabe os nomes dos sacerdotes!



Ou seja: a começar da Encarnação como Natal (nascimento), o Evangelho é para aqueles que não se esperava que fossem discerni-lo.



A Revelação é quase sempre marginal!



Os grandes atos de Deus não acontecem em Palácios, mas em choupanas e estrebarias. E a voz mais veemente do natal é a voz da virgem, da Maria simples, e que troveja a justiça de Deus sobre as nações. Ela é quem anuncia a grande subversão divina. E faz isto como um Cântico.



Dedico este texto a todos os que hoje se sentem afastados da religião, e que ainda carregam a culpa de assim estarem afastados.



Deus não é oficial. A vida não é oficial. O amor não é oficial. A Graça de Deus é sempre subversão e marginalidade. Na oficialidade são feitos os julgamentos. Na marginalidade explode a vida.



Abra seu coração e siga o Guia, conforme os magos. Seja generoso como José. Corajoso como Maria. Fértil como a estéril Isabel. Convicto como o mudo Zacarias. Alegre como aqueles que são acordados nos campos pela voz de anjos. Capaz de antever a salvação como esperança mesmo que você seja velho como Simeão e idoso como Ana.



Nas narrativas do Natal nas Escrituras não são as pessoas que vão a Deus, mas Deus que vai às pessoas.



O Natal acontece como afirmação de que em Jesus, Deus se reconciliou com os homens. Assim, não se sinta excluído, pois, eu sei, nestes dias, Deus enviará corais de vozes interiores, e nos ajudará a discernir o caminho interior da estrela, e nos fará contentes com a Graça de Hoje, e que será a esperança de amanhã, para nós e para todos os humanos.



No Natal Jesus é a alegria dos homens!


Fonte: www.blogcaminho.blogspot.com


____________


Feliz natal a todos!


Juliano Marcel

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Carta aberta do Juliano Marcel: Repensando nossos encontros

Gostaria apenas de poder agradecer a todos que direta ou indiretamente estiveram ao meu lado neste ano, e fazer algumas considerações:

Agradeço em especial à minha esposa Cláudia: amor, você faz parte da minha vida de forma que já não me percebo um ser sem você! Te amo demais, e gostaria de pedir perdão por meus erros – que não foram poucos – mas que me ensinaram como não agir da mesma forma. Perdão por palavras que de alguma forma lhe feriram o coração. Perdão por atitudes que expressaram intenções erradas. Perdão por estar desatento às suas necessidades. Perdão por não conseguir ser perfeito e preencher e satisfazer a você de forma plena. Me perdoe minha amada. Com você tenho aprendido que por mais que eu tente ser perfeito, sempre vou me ver errando, e sempre vou necessitar do seu perdão e compreensão.

Com você aprendi que sempre há uma esperança; aprendi que nunca é tarde demais para perdoar; aprendi a ser homem; aprendi como realidade em nossa existência que sempre após uma noite de trevas sem luz, há o resplandecer de um novo dia; e repito aqui uma frase que disse na igreja quando comemorávamos seis anos de casado: “Aprendi que se duas pessoas ficam juntas, mesmo tendo se ferido, não é porque elas esquecem, e sim, porque elas aprenderam a perdoar”.

Obrigado por ser quem é, e por compartilhar da minha existência.

Agradeço à minha filha querida Ana Júlia: florzinha, você verdadeiramente é um presente de Deus pra mim. Com você tenho aprendido a ser pai, e a entender como o Pai nos ama incondicionalmente. Aprendi a satisfação e o êxtase de poder dar uma boa gargalhada contigo. Aprendi a fazer comidinha de mentirinha. Aprendi a trocar roupinha de suas bonecas. Aprendi a ser criança novamente, e pude ver quão bom é crer que o Pai sempre nos fará o bem. Te amo minha flor. Por você dou e daria a minha vida, para poder te ver feliz.

Peço perdão a você também, porque nem sempre tenho razão. Perdão por brigar demais; por implicar demais; por ficar bravo demais; por te magoar, e por fazer você chorar em várias ocasiões. Saiba que minha intenção nunca foi o de te magoar, porém, apesar dos erros, busquei sempre acertar, mesmo quando errei pensando estar acertando. Me perdoa meu amor. Te amo muito, muito e muito minha florzinha.

Agradeço aos meus familiares, embora todos estejam distantes, porém, sei que de alguma forma me carregam na lembrança e desejam o meu bem, como assim desejo o bem a todos eles. Agradeço também a minha outra família – sogra, sogro, cunhados – que sempre estão à minha disposição para o que precisar. Amo todos vocês.

Agradeço aos amigos que de pertinho e de longe tem um carinho especial por mim. Agradeço a Deus por vocês existirem em minha vida. Com todos, de alguma forma, aprendi muitas coisas, principalmente sobre mim mesmo.

Agradeço àqueles que também de alguma forma me fizeram mal. Falaram de mim, mesmo quando sem saber, estavam falando do que não era e nunca foi verdade. Caluniadores, traidores, e amigos da onça, porém, ainda assim, amigos. Estes são aqueles a cerca de quem Jesus disse que temos que amar. Mesmo quando estes o estapeiam o rosto. Assim sendo, agradeço a vocês também que mesmo desejando o meu mal, me fizeram um bem. Porque tenho plena certeza que tudo coopera para o bem, está escrito, daqueles que amam a Deus.

Sendo assim, obrigado por me fazerem o mal, pois Deus o transformou em bem pra mim. Afinal Ele é que sabe qual o bem que é bom, e qual o mal que é um mau, e qual um bem que pode ser mal, e qual o bom que pode ser um mau. Isso cabe a Ele fazer por mim.

A você, digo, obrigado! Resta-me orar, e se um dia vocês entendessem e soubessem qual foi o mal que me fizeram, e caindo em si, ter o desejo de pedir perdão já antecipo – ESTÃO TODOS PERDOADOS, em nome de Jesus.

O que quero, é deixar que este ano que se passa leve consigo todas as minhas lágrimas pela integridade ferida, pelas acusações sem provas, pelas palavras que como flechas feriram meu peito, e que fiquem no passado, como este ano ficará. Ficando apenas em mim as lembranças e as cicatrizes, sejam elas de alegrias ou de dor, porém, elas sempre ficam para testemunhar da minha humanidade, e da soberania de Deus em minha vida, me fazendo lembrar quem sou, e quem Ele é em mim.

Isto posto, quero desejar a todos vocês que me lêem no blog, que me mandam e-mail’s, que me visitam no orkut, que estão próximos de mim, e que são parte da minha existência: um Feliz Natal, e um Ano Novo cheio de novidades e alegrias.

Que neste natal, ao cearem com amigos e famílias, não se esqueçam de fazer o bem, reflitam em como foram suas vidas, e se perceber que existem relacionamentos que foram abalados, que você possa refletir sobre eles, e lembrar que o Natal é dia de recomeço, de perdão, de reconciliação, pois comemora-se neste dia o nascimento de Jesus, lembrando que Deus estava em Cristo RECONCILIANDO consigo mesmo o Mundo – eu e você!

Sendo assim, se com Ele você foi reconciliado, reconcilie com seu irmão. Se por Ele você foi perdoado, perdoe seu irmão. Se dos lábios dEle procede justificação sobre sua vida, seja capaz de dizer apenas o bem sobre seu semelhante sem exercer juízo sobre ele.

Que experimente o amor, abraço e perdão neste Natal, e no ano que se iniciará.

Um beijo no seu coração, e estou aqui para te ajudar no que for necessário – a todos!

Na graça Dele em quem encontro abrigo, amor, perdão e proteção!

Juliano Marcel
23/12/08
Bragança Paulista – SP
juliano.marcel@ymail.com
www.julianomarcel.blogspot.com

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Um convite à mesa da reconciliação e do recomeço

NATAL E NOVO ANO - UM CONVITE ÀS MESAS DA RECONCILIAÇÃO E DOS RECOMEÇOS



O NATAL é a expressão encarnada do amor do Pai Eterno. É a boa noticia de Deus para os homens de todos os tempos. É a boa vontade de Deus que vira gente entre nós.

É o amor que ganha contornos humanos. É o Deus que se reparte com os povos. É o perdão que chega de maneira incondicional. É a graça que nos alcança aqui na terra e se materializa de um modo que todos podem vê-la e recebe-la.

O NATAL é o PÃO DO CÉU repartido com seres humanos para que não haja mais fome. Para que todas as mesas sejam fartas. Para que todos tenham lugar à mesa.

O NATAL é o abrir do Útero Eterno que dá à luz à VIDA e nos chama de volta para casa. Por causa do NATAL, todos estamos reconciliados com o Pai Eterno.


Por causa do NATAL, todos somos chamados à reconciliação uns com os outros. Por causa do NATAL, todos podemos recomeçar todos os dias.

Por ser assim, porque o NATAL é assim, desejo um FELIZ RECOMEÇO a você.

Se o NATAL é um convite para nos sentarmos à MESA DA RECONCILIAÇÃO, o NOVO ANO é o convite para a MESA DOS RECOMEÇOS.

Se a MESA DA RECONCILIAÇÃO é a possibilidade dos fechamentos, o NOVO ANO, é a possibilidade de iniciar um novo tempo.

Se é para um novo tempo que vamos, então, NÃO DEVEMOS LEVAR NA BAGAGEM para a viagem que será 2009 alguns itens. Quais?

Não leve os embaraços que te atrasaram em 2008. "DEIXANDO TODO EMBARAÇO " Hb 12.1

Não leve as amarguras, as magoas, os ressentimentos, os medos, as duvidas, as neuras, ódio, raiva, ira, indecisões, confusões, inimizades, tristezas, remorsos, culpas, autocomiseração, baixa estima, e...complete você...

Não leve na bagagem para 2009, arrogância, soberba, vaidades, ciúmes, orgulho, malicias, cinismo, dissimulação, hipocrisias, agendas secretas,e...tudo que lhe pesa...

Não leve..., bem, faça sua lista do que não levar para 2008.

Se é para o NOVO ANO que vamos,

O QUE LEVAR NA BAGAGEM para a viagem que faremos em 2009?


Leve a GRATIDÃO

Leve o PERDÃO

Leve FÉ e ESPERANÇA

Leve SIMPLICIDADE e LEVEZA.

Leve um coração simples.

Leve a VERDADE sempre. ( traga para a luz o que está nas trevas)

Leve a felicidade que é fruto do exercício da justiça, da pacificação, da compaixão, da misericórdia, da solidariedade, do amor exagerado.

Sem querer dar receitas prontas, mas, como encorajamento para uma vida melhor em 2009,
recomendo que:

A saúde física, emocional e espiritual sejam levadas bem a sério.

Evite o sedentarismo.( pratique algum tipo de esporte que te movimente )

Mantenha a mente arejada. ( pratique alguma disciplina que te conduza ao equilíbrio a maior parte do tempo )

Busque uma espiritualidade saudável.

Neste item, encorajo você a fugir de toda espiritualidade insensata, megalomaníaca, que só transcende, que só pensa em si mesmo, portanto, egocêntrica, egoísta, que só vive barganhando com Deus.

Prefira uma espiritualidade que te mantenha no CHÀO DA VIDA. Fuja das respostas mágicas. Tenha bom senso.

Lembrando que A SAUDE DE NOSSA VIDA ESPIRITUAL ESTÁ DIRETAMENTE LIGADA À QUALIDADE DE NOSSOS RELACIONAMENTOS.

Tomara você encontre uma comunidade simples com um grupo de pessoas que só buscam ser, seres humanos melhores.

O QUE VALE GANHAR O MUNDO INTEIRO E PERDER A SI MESMO?

É certo que, cuidando destes itens, o "resto" se encaixa.

É isto, FELIZ PRESENÇA NAS MESAS DA RECONCILIAÇÃO E DOS RECOMEÇOS.

Graça, paz & todo bem a você, família, amigos e todos os seus queridos.

Bjs reverentes.

Carlos Bregantim

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Epístola ao Apóstolo Paulo

Prezado Apóstolo:


Estou escrevendo para colocá-lo a par da situação do Evangelho que um dia você ajudou a propagar para nós gentios, e que lhe custou à própria vida.


As coisas estão muito difíceis por aqui. Quase tudo o que você escreveu foi esquecido ou deturpado.
Você foi bastante claro ao despedir-se dos irmãos em Éfeso, alertando que depois de sua partida lobos vorazes penetrariam em meio à igreja, e não poupariam o rebanho [1]. Palavras de fato inspiradas, pois isso se concretiza a cada dia.


Lembra-se que você escreveu ao jovem Timóteo, que o amor ao dinheiro era a "raiz de todos os males"[2]? Quero que saiba que suas palavras foram invertidas, e agora se prega que o dinheiro é a "solução" de todos os males.


Também é com tristeza que lhe digo que em nossa época poucos querem ser chamados de pastor, missionário ou evangelista, pois isso é por demais humilde: um bom número almeja levar o título de "apóstolo".
Sei que em seu tempo, os apóstolos eram "fracos... desprezíveis... espetáculo para os homens... loucos... sem morada certa... injuriados... lixo e escória" [3].
Agora é bem diferente. Trata-se de uma honraria muito grande: acercam-se de serviçais que lhes admiram, quando viajam exigem as melhores hospedarias e são recebidos nos palácios pelos governantes.


Eles não costumam pregar seus textos, pois você fala muito da "Graça" e da "liberdade que temos em Cristo" [4].
Isso não soa bem hoje, pois a Igreja voltou à "teologia da retribuição" da Antiga Aliança (só recebe quem merece), e liberdade é a última coisa que os pastores querem pregar à suas ovelhas.
Você não é bem visto por aqui, pois sempre foi muito humano, sem jamais esconder suas fraquezas: chegou até reconhecer contradições internas, dizendo que não faz o bem que prefere, mas o mal, esse faz [5].


Eles não gostam disso, pois sempre se apresentam inabaláveis e sem espinhos na carne como você.
A presença deles é forte, a sua fraca [6], eles são saudáveis, você sofria de alguma coisa nos olhos [7], eles jamais recomendariam a um irmão tomar remédio, como você fez com Timóteo [8], mas aqui eles oram e determinam a cura – coisa que você nunca fez.


Mensagem de cruz e de renúncia não é própria para esta época, consideram eles.
Você dizia que por amor de Cristo perdeu "todas as cousas" considerando-as refugo [9]... As coisas mudaram, irmão. Agora cantamos: "Restitui, quero de volta o que é meu!".


Vivo em uma cidade que recebeu o seu nome, e aqui há um apóstolo que após as pregações distribui lencinhos vermelhos encharcados de suor, e as pessoas levam pra casa, como fizeram em Éfeso, imaginando que afastarão enfermidades [10].


Sim, eu sei que você nunca ordenou isso, nem colocou como doutrina para a igreja nas epístolas, mas sabe como é o povo...


Admiro sua coragem por ter expulsado um "espírito adivinhador" daquela jovem [11], embora isso tenha lhe custado à prisão e açoites.
Você não se deixou enganar só porque ela acertava o prognóstico.


Hoje há uma profusão de pitonisas e prognosticadores no meio do povo de Deus, todavia esses espíritos não são mais expulsos, ao contrário, nos reunimos ansiosos para ouvir o que eles têm a dizer para nós.


Gostaria de ter conhecido os irmãos bereanos que você elogiou.


Infelizmente, quase não existem mais igrejas como as de Beréia, que recebam a palavra com avidez e examinem as Escrituras "todos os dias para ver se as coisas são de fato assim"[12].


Tem hora que a gente desanima e se sente fragilizado como Timóteo, o seu companheiro de lutas. Mas que coisa bonita foi quando você o reanimou insistindo para que reavivasse "o dom de Deus" que havia nele [13].


Estou lhe confessando isso, pois atualmente 90% dos pregadores oferecem uma "nova unção" para quem fraqueja.


Amo esta sua exortação, pois você ensina que dentro de nós já existe o poder do Espírito, dado de uma vez por todas, e não precisamos buscar nada fora ou nada novo!


Nossos cultos não são mais como em sua época, onde a igreja se reunia na casa de um irmão, havia comunhão, orações, e a palavra explanada era o prato principal... as coisas mudaram: culto agora é 'show', a fumaça não é mais da nuvem gloriosa da presença de Deus, mas do gelo seco, e a palavra é só para ensinar como conseguir mais coisas do céu.


O Espírito lhe revelou que nos últimos tempos alguns apostatariam da fé "por obedecerem a espíritos enganadores" [14].


Essa profecia já está se cumprindo cabalmente, e creio que de forma irreversível.


Amado apóstolo, sinto ter lhe incomodado em seu merecido descanso eternal, mas eu precisava desabafar. Um dia estaremos todos juntos reunidos com a verdadeira Igreja de Cristo.


[1] At 20.23; [2] 1Tm 6.10; [3] 1Co 4.-9-13; [4] Gl 2.4; [5] Rm 7.19; [6] 2Co 10.10; [7] Gl 4.13-15; [8] 1Tm 5.23; [9] Fp 3.8; [10] At 19.12; [11] At 17.18; [12] At 17.11; [13] 2Tm 1.6; [14] 1Tm 4.1.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Estou cansado!

Estou cansado! Cansado da “igreja”. Cansado dos pastores. Cansado dos evangélicos-cristãos-judaizantes-santarrões-fariseus-hipócritas. Cansado do falso-evangelho pregado nas “igrejas” em nome de Jesus, porém, sem nenhum compromisso com Ele próprio e com Sua causa.

Estou cansado de ritualismo-religioso improdutivo, que não gera um discípulo de Jesus, antes, gera um ser neurótico mascarado com o “cristianismo”, mas desassociado de uma vida coerente com a que foi proposta por Jesus.

Estou cansado da exigência dos pastores por freqüência assídua nos cultos – marcando ponto – como compromisso com Deus.

Estou cansado da insuficiência da Cruz pregada por eles, daí eles acrescentarem muitas outras exigências para os “cristãos” para completar o pacotinho.

Estou cansado da suposta “comunhão” que se vive dentro das “igrejas”, sem sequer ser verdade na vida, podendo ter um irmão ao lado passando fome, porém não se ensina a generosidade para com o próximo – é cada um por-si e Deus pra todo mundo!

Estou cansado da classe sacerdotal-eclesiástica da “igreja” que fica na fila da ordenação, e procuram marcar ponto com o manda-chuva – o pastorzão presidente – para poder ser ordenado a alguma função na “igreja”, assim podendo dizer aos amigos: “Fui consagrado a pastor pelo pastor tal...”.

Estou cansado das mentiras vividas por detrás dos púlpitos: falta de critério e cuidado com o dinheiro recolhido, aproveitamento de uns, favorecimento de outros, ajuda para quem não precisa, compras desnecessárias, aquisições impróprias e etc...

Estou cansado de campanhas que não libertam, que não curam, que não servem de nada; a não ser fazer da “igreja” um centro de descarrego e sala de espera do SUS, onde os doentes – o povo – vem todos os dias marcados para receber a cura, mas não são curados; vêm receber libertação mas não são libertos; é campanha da libertação; é campanha da vitória; é campanha dos 318 pastores; é campanha da restauração da família,que não restaura, pelo contrário, acaba quebrando o que lhe resta.

Estou cansado de líderes que arrogam para si a auto-suficiência mascarada por uma humildade superficial, só para arrebanhar os trouxas que enganadamente acreditam, e como patinho, caem no caô destes....rsrsrs...., coitados, 171 na certa.

Estou cansado de ouvir que precisamos ganhar a cidade pra Jesus, e quando um grupo se reúne e se organiza para o atendimento aos necessitados, e fazendo um sopão distribuem aos que moram nas ruas, e estes, sensibilizados e com vontade de estar com quem lhes estendeu a mão vão à igreja, e os pastores pedem “por favor, parem de dar sopão, porque a igreja está enchendo de mendingos e vai pegar mal para a igreja”.

Estou cansado de ouvir sermões que não geram mudança na vida, apenas fazem cócegas de alegria, e massageiam o ego de uns, e vulgarizam a situação financeira de outros.

Enfim, estou cansado de tudo isso! Parei.

Talvez para você que me lê, possa parecer forte o que escrevi, ou talvez você pense que carrego uma ferida ou uma mágoa da “igreja”. Pra dizer a verdade, é sim. A “igreja” tem ferido muita gente, e comigo não foi diferente. Ela machuca e fere muitas vezes quem a via como um centro de tratamento e de comunhão. Porém, quando você não pode oferecer o que ela exige, você é descartado, perseguido, colocado de lado, e abandonado.

Estas feridas que carrego, não são diferentes das que Paulo carregou – claro que numa intensidade muito menor – porque Paulo também foi ferido pelos da “igreja”, foi caluniado, foi acusado, foi perseguido, foi abandonado, foi tido como um pregoeiro da libertinagem, da facilidade, da liberdade exacerbada.

É assim, com quem tem na instituição a sua fé. Apropriam-se dela, e em se sentindo donos da “igreja” e da verdade, fazem com ela como querem, e como bem entendem.

Mas graças a Deus de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, que nos liberta, e nos libertará de tão grande mal – esta “igreja” de barganha e toma-lá-dá-cá.

Hoje estou livre para pregar o Evangelho como ele verdadeiramente é – livre e cheio de Graça.

No Evangelho encontramos abrigo, e não uma instituição.

No Evangelho encontramos pessoas como nós, e não santarrões.

No Evangelho encontramos descanso, e não campanhas infindáveis.

No Evangelho encontramos libertação da opressão maligna da “igreja” que coloca sobre nós esta necessidade de retornar sistematicamente para os sete cultos completos de libertação.

No Evangelho encontramos alívio das cargas da vida, e não nos é colocado um jugo pior de observâncias, ainda que mascaradas com a moralidade e ética decorrentes do critério e do bom-senso.

No Evangelho somos todos iguais, pecadores e destituídos da Glória de Deus.

No Evangelho, por tal compreensão da frase acima, encontramos graça e aceitação.

No Evangelho aprendemos a ser gente, e não crente.

No Evangelho encontramos descanso que nossa alma chama de salvação.

No Evangelho descansamos à sombra do Onipotente.

No Evangelho aprendemos que tudo coopera para o bem daqueles que amam a Deus, seja bom ou seja um mal, seja privação ou tribulação, seja perseguição ou afronta, seja calúnia ou descaso, seja fome ou debilidade física, enfim, tudo podemos naquEle que nos fortalece.

O Evangelho é assim, simples!

Simples como Jesus é simples. Simples como o amor é simples.

No amor não há complicações, nós complicamos o amor. O amor é simples como simples é Jesus e Seu Evangelho pra nós.

Logo, me lanço em fé neste Evangelho que me aceita como sou, e bem-aventurado sou eu, porque cri, e porque cri fui justificado, e em sendo justificado fui feito filho, e em sendo filho me foi dado o direito de clamar Aba Pai.

Parei.... com a “igreja”, para caminhar no Caminho em Graça e Verdade desfrutando da Vida em Jesus.

Na graça Dele,

Juliano Marcel
09/12/08
Bragança Paulista-SP
juliano.marcel@ymail.com
www.julianomarcel.blogspot.com

________________________________

-----Original Messagem----------------

De: Vanessa Mattoso Chagas
Enviada: quarta-feira, 10 de dezembro de 2008 10:35:56
Para: Ministério Juliano Marcel - Graça & Vida 2


Querido amigo,

Sábia decisão!


Volto a reafirmar que se precisar de testemunho, estou aqui, pq vasta é minha experiência em caminhar sem religião neste universo que se chama Graça! Sei que as religiões não seram extintas, afinal, está profetizado que a besta do apocalipse, precisa de um trono para reinar...

Mas o mundo precisa da verdade! E a verdade é que quem salva é Jesus, e Jesus é a palavra e o que é a Bíblia, senão a palavra de Deus para os homens?
E está escrito que O Espírito Santo de Deus, nos ensina sobre todas as coisas.

Eu creio que Deus tem um projeto na vida de cada um de nós e quando é o Espírito Santo quem nos dá o discernimento da palavra, ele vai nos guiar dentro da palavra, segundo o projeto que Deus tem em oculto para cada um de nós.

Posso citar por exemplo, Davi e Salomão, que apesar de serem pai e filho, receberam corações diferentes, sendo assim capacitados segundo o mistério que Deus tinha na vida de cada um. Creio que o a maior mal da humanidade é o desrespeito pela ordem das coisas que Deus estabeleceu. E posso afirmar que no mundo de hoje, causa virou consequência e consequência virou causa... E partindo daí, vem o desrespeito pela unicidade.

E no meio de tanta alienação, as religiões estão cada vez mais obcecadas com poder, dinheiro, cultura e doutrina. Pregam um evangelho de Amor e Graça, acompanhado de um Deus que em meio de uma extensa lista de pré-requisitos, só ti abençõa se você for um dizimista de dez por cento fiel.

O meu Deus, entregou o seu filho unigênito pela minha salvação, a saber Jesus de Nazaré! E se for para dizimar por amor, eu vou dar noventa por cento e ficar com dez por cento, por que quem ama, antes é capaz de dar tudo e ficar até sem nada.
Na verdade, nem sei como conseguem encaixar Jesus nisto tudo, visto que Jesus nasceu sem beleza aparente, sem dinheiro e sem cultura.


Vanessa.

____________

Resposta:

Graça e paz amiga!

Sou grato a Deus por tão grande libertação! Uma vez que estando livre da "igreja" posso ser Igreja juntamente com muitas outras pessoas que como você crêem no Evangelho sem fronteiras - digo sem fronteiras por não se limitar às quatro paredes da "igreja" - assim, vivemos o Evangelho na vida, na rua, no hospital, na família, na escola, no trabalho, com gente, com pessoas, com amigos, e até com nossos inimigos - não que nos seja inimigo, mas que nos tem como inimigos e fazendo mal à nós, respondemos com bondade e amor -, conforme disse Paulo, para que em assim fazendo, se possa amontoar brasas sobre a cabeça daqueles que se auto-consideram nossos inimigos.

Assim, a partir deste tempo, vivo o Evangelho sem barganhas a fazer com a religião cristã, ou com quem quer que seja!

Obrigado!

Na graça Dele,

Juliano Marcel

domingo, 7 de dezembro de 2008

Sem simplicidade não há cura e graça

O desespero do homem religioso, especialmente do cristão ou do judeu praticantes, é o mais intenso e forte desespero que o coração humano já experimentou. Isso porque esses dois credos religiosos são aqueles que propõem a salvação humana como obra de justiça própria, especialmente de natureza moral.


É verdade que qualquer cristão doutrinado que leia o que acabei de falar dirá imediatamente que isto não é verdade quanto ao Cristianismo e, especialmente, não é verdadeiro em relação ao Protestantismo, em razão de que o arcabouço doutrinário da Reforma postula a salvação pela fé na Graça de Jesus.


Todavia, todos sabemos que a doutrina é essa, mas que na prática isto nunca foi verdade para a “igreja”. Sim, porque prega-se essa salvação pela fé apenas como argumento alentador na chegada do “novo-crente”.


Porém, no dia seguinte ao da “Decisão de ser Crente”, o indivíduo já começa a ser doutrinado na salvação e na santificação moral e autônoma, realidades essas que cada pessoa tem que conquistar a fim de se manter no posto da salvação pela via de sua irrepreensibilidade moral. Assim, inicia-se falando o Evangelho como sedução, e, uma vez feito o prosélito, imediatamente ele é transformado num cristão fariseu.


O que segue são barganhas e mais barganhas com Deus, acrescidas de um estado perene de inquietação, nervosismo e culpa — medo de cair... Ou, então, no caso de o indivíduo estar se sentindo “bom” o suficiente para a agradar a Deus pelas suas próprias obras e pela sua própria moral, surge um ser arrogante, nojento e insuportável para a normalidade do convívio humano.


Assim nascem os crentes, tanto os neuróticos pela culpa e pela barganha, quanto também o crente santarado, que é esse ser da “dita-dura”, e que trata com raiva e com inveja aqueles aos quais acusa de serem “pecadores”. Sim, porque nesse caso o espírito de juízo e acusação é proporcional à inveja que se tem da liberdade ou do “pecado” do outro.


Tenho muita pena de ambos os grupos, mas especialmente dos que ficam neuróticos pelo peso das acusações que vêm dos crentes fariseus.


A leitura de Mateus 23 nos mostra que, para Jesus, esses tais eram seres profundamente danosos quando estabeleciam contato com outros seres humanos, sempre com a vontade obstinada de desconstruir a individualidade do outro, fazendo deste um clone do crente-boneco-fariseu. “Ai de vós...” — foi o que Jesus repetidamente disse a eles, aos fabricantes de “crentes em série”.


Minha angústia tem a ver com o estado mental adoecido que esses cristãos-fariseus multiplicam e aprofundam a cada novo “discípulo” que fazem.


Toda hora atendo “discípulos” desses “cristãos-fariseus” e quase sempre ou os encontro surtados de culpa, medo, débito e pânico de maldição, semi-esquizofrenizados, visto que para se amoldarem à fôrma dentro da qual são postos, a fim de se plastificarem nos moldes “legitimados” pela “religião dos bonequinhos movidos à corda”, tais pessoas precisam matar a si mesmas, aceitando como novo “eu” a caricatura humana proposta pela “igreja”.


Não há alma humana sensível e sincera que aceite tais coisas e não adoeça seriamente. Ora, faz anos que digo isso, bem como faz muito tempo que atendo pessoas sofrendo dos males de alma produzidos pela religião. No entanto, nos últimos anos, a “porteira da alma” se abriu, e a boiada dos angustiados saiu numa corrida atropelada, buscando, aos pinotes de angústia, um pasto de liberdade.


Os vícios mentais incutidos pela religião, todavia, são os mais difíceis de serem removidos e tratados. Isso porque quando você ensina às pessoas acerca da Graça de Deus, a questão que invariavelmente chega, é a mesma: “Mas como pode ser tão simples? Não há mais nada a fazer a não ser confiar que já está pago e viver apenas nesta fé?” — é o que me perguntam. A pedra de tropeço dos crentes é o Evangelho de Jesus. Sim, são os crentes os que mais dificuldade têm de crer que é apenas crer.


De fato, a maioria sofre da Síndrome de Naamã, o Sírio. Sendo general importante e sofrendo de lepra, foi-lhe recomendado a ir até a presença de Eliseu, o profeta de Samaria. Ao chegar lá, o profeta nem mesmo saiu de casa a fim de atender o general, mas apenas mandou que ele fosse até as águas do Jordão e se lavasse 7 vezes. Naamã não quis ir. Achou simples de-mais. Esperava que Eliseu viesse, lhe prestasse honras, dedicasse a ele um rito, movesse as mãos sobre as feridas dele, e, assim, feitos “os trabalhos”, Naamã fosse declarado curado.


De fato, tão contrariado ficou o general, que já estava indo embora quando um de seus servos lhe disse: “Se o profeta tivesse recomendado algo difícil e complicado tu não o farias? Ora, por que não fazes o que ele manda apenas por que é simples?”O que vejo prevalecer entre os cristãos é que mentalidade do “difícil”, a consciência pagã de Naamã, e os mecanismos de cura pagã, sempre carregados de “correntes e campanhas”, todas baseadas em barganhas com a divindade, sendo que tal pratica é desavergonhadamente chamada de “sacrifício”.


Para esses nunca haverá descanso, nem paz e nem a alegria que vem da segurança que se arrima na fé simples. Enquanto os crentes obedecerem à espiritualidade de Naamã, o Evangelho não produzirá nenhum bem em suas almas!


Toda hora me vêm pessoas que me dizem que não entendem como quando passaram a apenas aceitar a simplicidade do Evangelho de Jesus, e crer que está tudo feito e pago, e que a vida com Deus é simples, e que o andar com Jesus é sereno — pois é fruto da confiança no que Ele já fez por todos nós —, tudo começou inexplicavelmente a mudar para o bem em seus corações.


Mas alguns estão tão viciados na barganha com Deus e nos muitos e intermináveis sacrifícios de presença a todos os cultos, células, campanhas, atividades, e muita mão-de-obra dedicada aos líderes da “igreja”, que não conseguem nem mesmo crer que o bem que lhes está atingindo é verdadeiro; pois, para tais pessoas, “não é possível que seja só isto”.


Todavia, é simples mesmo; e bem-aventurados são aqueles que não tropeçam na Pedra de Tropeço e nem na Rocha de Escândalo, que é Jesus, e nem na total simplicidade de Seu Caminho, que é o único Caminho de Paz para a vida.


Quem não crê, que faça seu próprio caminho pelos infindáveis labirintos da religião...


Eu, todavia, me agrado de todo o coração no que Jesus já fez por mim, perdoando todos os meus pecados, me justificando perante anjos, demônios e homens, dando-me a chance de andar com tranqüilidade e paz entre os homens, com o coração pacificado na confiança no amor de Deus, de cujas mãos ninguém e nem coisa alguma pode me arrebatar.


“Quem crê tem...”— disse Jesus. Sim, quem crê tem tudo. Quem não crê, todavia, pode ter tudo — igreja, moral, credo, dogma, sacrifícios, barganhas, etc...—, porém, não terá nem paz e nem descanso, visto que paz e descanso apenas habitam a fé simples, que não pergunta: “Quem subirá aos céus? (isto é: para trazer Jesus à Terra pela encarnação); e nem tampouco diz: Quem descerá ao inferno? (isto é: para dar uma ajudinha a Jesus na ressurreição dos mortos).”


Sim, a fé conforme o Evangelho sabe que a Graça não está longe; ao contrário: sabe que ela está bem perto, na boca e no coração; pois “se com a boca se confessa a Jesus como Senhor..., e, no coração se crê que Deus o ressuscitou dentre os mortos, se é salvo; pois com o coração se crê para obtenção da justiça justificadora de Deus (pela fé), e com a boca se faz a confissão em fé acerca da salvação que já é nossa; e já foi consumada e acabada por Jesus em favor de todo aquele que crê com simplicidade e confiança.


Mas como disse, é essa simplicidade do Evangelho que acaba sendo a Pedra de Tropeço dos crentes. E, assim, deixando a Rocha da Salvação, se entregam às infindáveis barganhas patrocinadas pelos Líderes Fariseus, os quais não contentes em se fazerem filhos do inferno (conforme Jesus disse), ainda desejam corromper a alma de muitos, criando seres atormentados pelas chamas das culpas e acusações do inferno, negando a eles a chance de viverem em liberdade no amor de Deus.


Portanto, saibam todos: sem fé simples e pura, posta em Jesus, confiante no Evangelho da Graça, não há nem paz, nem alegria, nem espontaneidade diante de Deus, e, sobretudo, não há saúde de alma para viver a vida como Vida, e não como tormento sem fim.


Ora, quando é assim a religião se torna a ante-sala do inferno!


Nele, em Quem tudo é simples,


Caio


Os "cristãos" são os mais desesperados da terra?

Só para pensar um pouco...


Quando Adão se pôs em pé pela primeira vez, finito e infinito se erguiam para uma jornada nova no Universo.


Em relação ao Universo visível, o homem era um ser superior, visto que ele era uma síntese de finito e infinito; e, portanto, sendo essa “síntese” um termo da própria relação que se voltava sobre si mesma e se enxergava: era o nascimento do eu e da autoconsciência em uma das criaturas geradas na Terra: o homem.


Desse modo, a superioridade do homem sobre o Universo decorre do fato do homem saber de si, saber de sua própria existência, ou seja: decorre da consciência e do autoconhecimento.


Assim é que porque há o “eu”, há também o Universo. Do contrário o Universo existiria sem saber de si mesmo. Sim, o homem é superior porque sabe que o Universo existe, e este não sabe disso. Porém, apesar de tal superioridade, é parte dele, existe nele, e depende dele para continuar vivendo e existindo como homem no tempo e no espaço.


Assim existe o homem: entre finitude e infinitude. Todavia, a tal síntese que somos nós perdeu sua harmonia como síntese; e ainda faz síntese, porém é uma síntese angustiada.


Para Adão não bastou ficar em pé como síntese de finito e infinito. Ele tinha tudo na Terra. Mas queria muito mais que isso. A Terra era possível. Tudo era possível. Todas as árvores. Todas as coisas.


O homem necessita do possível para consumo na existência, mas sente carência do impossível, do que está para além dele... Deseja o que é “como Deus”.


Ora, ele tinha Deus. Mas não bastava. A “realização” era desejar ser como Deus. Não bastava carregar o infinito e ter comunhão com Ele. Deus tinha que ser equivalente. O que Deus sabia o homem precisava saber também. Não bastava conhecer o tudo-nada: É. Ele tinha que saber como Deus. Desejava ser Senhor do Bem e do Mal.


Tal salto, todavia, gera a morte, pois quebra a síntese de finito e infinito. A morte em delitos e pecados é a existência com a síntese de finito e infinito “lascada” pela desarmonia gerada pela busca da autonomia da “possível” existência sem carência de Deus.


Buscar saber como Deus é buscar ser Deus sem Deus. Havia todas as “árvores” no jardim. E também a Árvore da Vida e a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal. Mas a Árvore da Vida perde seu poder de sublimidade para quem já se considera vivo.


Assim, a Árvore da Vida não seduz quem quer mais que vida. O problema para o homem não era o possível da Terra. “De todas as árvores do jardim podes comer...”—lhe fora dito por Deus. O problema do homem era o impossível dos homens: “Mas não comerás da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal; pois, nesse dia, morrendo, morrerás”.


Até aí o temor segurou os humanos... No entanto, quando a certeza da morte foi relativizada pela possibilidade do impossível (“...como Deus sereis conhecedores...”), então até a morte perdeu seu poder de deter os humanos.


Nesse caso, a finitude como punição (a mortalidade) é menos forte do que o poder de ser como Deus... Quem sabe?


Assim, a necessidade de viver foi vencida pela perversão do infinito, que se apoiou na estética do fruto (belo aos olhos), na sensorialidade psíquica (bom de se comer, com cara de gostoso), e no apelo à infinitude equivalente à de Deus: conhecer como Deus o Bem e o Mal.


O que aconteceu foi Queda. Pois, fissurando o que antes era “um”, e em plena harmonia em-si, como síntese de finito e infinito, o homem se abismou no Imediato, e isto lhe veio como penalidade, a qual o põe de sol a sol na busca do finito como Necessidade.


Desse modo, originalmente, foi a busca autônoma do infinito aquilo que abismou o homem na Necessidade do finito, fazendo com que sua existência aconteça rastejante e sem consciência de seu próprio eu; posto que a consciência do “eu” é proporcional à carência de infinito.


Dessa mesma forma, quanto mais atida ao finito, menos consciência haverá em uma pessoa. E é por esta mesma razão que um ser humano que vive apenas para as coisas da Necessidade imposta pela tirania do Imediato (que é a pressa da morte), e sem busca de infinitude, torna-se cada vez mais animal e instintual; pois teme arriscar-se no infinito, que é imaterial e intangível.


Nesse caso, a consciência-de-si, o eu, é feito do desespero de anelar o infinito sem a coragem de se entregar a ele!Assim, quanto mais básico é o homem em sua busca de interioridade e infinitude, tanto menos angustiado e desesperado ele será.


Porém, quanto mais carente de eternidade ele se mostre, mais desesperado será, a menos que faça aquilo que a Necessidade finita implora que ele não faça, que é andar pela fé, olhando o invisível, e sendo capaz de deixar de lado todas as imagens e representações de Deus ou de deuses, mergulhando de cabeça exclusivamente na fé que não se apóia em nada que não seja invisível aos olhos, ainda que um dia tais coisas tenham tido sua representação histórica: como o Cristo encarnado, morte e ressuscitado!


A maioria dos cristãos que eu conheço existem em estado de maior dor e sofrimento do que a maioria dos demais humanos. Sim, os cristãos são os seres mais angustiados da Terra.


E por quê? Porque a Lei os parou num limbo, presos entre finito e infinito, anelando por Deus, porém, de modo finito, tentando agradá-lo por seus próprios méritos.


Ora, o homem “sem Deus no mundo” não costuma ter tais angústias. Mas o cristão-do-limbo, esse muito sofre, visto que está preso entre as duas dimensões: preso à finitude pela Necessidade de Segurança (nesse caso, de religião) e preso à infinitude pela informação da vida eterna, que historicamente a religião cristã deu a ele, especialmente no Ocidente do Planeta.


Mas como o cristão não se entrega ao “impossível para os homens, e que é possível para Deus” (a salvação na graça de Deus), ele vive morrendo, existindo como um desesperado: entre a salvação e angústia da perdição: um confessor da eternidade gemendo as culpas do inferno.


O pior lugar existencial para se existir é entre a Lei e a Graça. Nele a alma se desespera ao extremo. Não é à toa que os maiores angustiados da Terra vivam na banda “cristã” do planeta.


É por esta mesma razão que a Psicologia e a Psicanálise nasceram no berço de tais angústias e desesperos da alma ocidental: quase cristã e quase pagã.


No entanto, todo aquele que crê e desiste de saber sobre o Bem, o Mal, a Justiça Própria, a Lei, a Auto-Santificação, a Auto-Iluminação, etc., e apenas mergulha como quem se lança descansado no abismo, confiante no amor de Deus, esse começa a ver finitude e infinitude se reconciliarem nele; e o resultado será o crescimento na direção de uma existência que será cada vez mais Vida.


Isso, porém, só acontece para quem se entrega, pela fé, ao impossível dos homens, que é a salvação humana — visto que é mais fácil fazer qualquer camelo passar pelo fundo de uma agulha do que colocar um filho da Necessidade sob a obediência à fé no Impossível, que é a salvação do espírito.


Ora, esta é também a paz de todo aquele que abanadonou a fé na Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal e creu na vida, que é Cristo, e Ele somente!


Pense nisso!


Caio
Escrito em 2004


Livre para não se auto-enganar

Nenhum de nós vence o pecado. Sim! Ninguém! E esta é a razão de ser da Cruz de Jesus; pois, caso eu pudesse vencer o pecado por mim mesmo, fosse por minha própria força, autocontrole, santidade pessoal, vontade de ferro, e tudo o mais, ainda assim, jamais o venceria para o “lado de dentro”, no meu ser, no meu caminho interior, pois, eu mesmo sou caído, radicalmente caído; e, por tal razão, não há em mim poder algum que seja suficiente para enfrentar o “pecado que habita em mim”; ou seja: em minha própria natureza.

Jesus morreu por mim e levou minhas culpas e iniqüidades, pois, de outra sorte, nada que eu fizesse me tornaria capaz de enfrentar o pecado; posto o pecado só é vencido na Cruz; e, em mim, ele só é vencido pelo poder do amor de Deus, que é o fator que me “constrange”; e isso quando penso que Ele se fez pecado por mim, para que eu seja feito, Nele, justiça de Deus e graça de Deus na terra, entre os homens; e, antes disso, para mim mesmo, como justificação, alegria e paz no Espírito Santo.

Não lute contra o pecado pela via da justiça própria, pois, assim, você apenas o fortalece em você mesmo. Justiça própria e a jactância da Lei são os principais animadores do pecado na alma que almeja o gosto da transgressão.

O pecado já foi vencido. Jesus o venceu. E o bem de tal vitória de Jesus só é meu quando (pela fé) desisto de todos os processos de auto-justificação; e, sem justiça própria, confio por inteiro no que Jesus fez por mim; e que já está consumado para sempre.

Este é o paradoxo da Graça:

Em Cristo sou livre da condenação do pecado a fim de que salvo de todo juízo; e, por essa razão (grato pela salvação recebida pela Graça), vivo uma vida sem culpa; e sem culpa apenas porque ela já foi tirada, embora eu mesmo ainda a conheça como consciência de transgressão; do contrario, a Graça seria o caminho piedoso para a criação de psicopatas (ou seja: de pessoas sem culpa alguma, do ponto de vista do reconhecimento psicológico da transgressão como dor quando ela é real).

Todavia, se creio no que “Está Feito”, então, pela fé, descanso; e, por tal descanso e entrega, os poderes e pulsões do pecado se aquietam em mim; pois, já não existe em mim a disposição de vencê-lo por meios próprios, e, dessa forma, não tendo onde pegar em nós, o pecado vai murchando... Embora, creia, ele nunca desista; até o fim.



Agora, descanse na Graça; e ande no amor de Deus, pois, no amor de Deus não há transgressão e nem tampouco se caminha como quem carrega um peso; pois, Jesus disse que “o jugo é suave e o fardo é leve”. E mais: se não for assim, então, também saiba: não será o Evangelho aquilo que você vier a chamar de evangelho.

Fique firme na quietude de espírito!


Receba meu carinho e toda a minha reverencia pelo caminho de Deus com você!



Nele, que já nos livrou da Lei do pecado e da morte,


Caio

09/07/07
Lago Norte
Brasília





terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Amiga do blog agradece por textos postados...


------- Original Menssagem----------------
De: vanessa mattoso chagas
Enviada em: segunda-feira, 1 de dezembro de 2008 01:57
Para: juliano.marcel@ymail.com
Assunto: Re: Ministério Juliano Marcel - Graça & Vida 2


"Obrigada por mais um e-mail. Tudo que há, para mim é multiforme, inclusive e principalmente a Palavra de Deus. Creio que deveríamos estudar a Bílblia sob vários aspectos. Eu estudo por temas. Muitas vezes busco como fonte inesgotável de psicologia humana. E volto a repetir, o que escreve muito me ajuda. Muitas vezes acho aqui, aquilo que faltava para concluir meu raciocínio. Mais uma vez, Obrigada!"


Vanessa Mattoso Chagas - MG.
_______________


Resposta:


Graça e Paz!


É um prazer poder escrever, e poder ajudar outras pessoas com o conteúdo que contém aqui no Blog. Uma vez que aquilo que aqui escrevo nada é meu, e sim tudo é acerca do Evangelho revelado em Cristo. Espero que continue acompanhando este blog, e possa ser muito abençoada por Deus através dos textos aqui postados!


Na graça Dele,


Juliano Marcel

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Cristianismo ou Cristicidade?


Uma análise sobre o ser "cristão" e o ser "crístico"
Infelizmente o cristianismo destes últimos dias tem deixado muito a desejar. Primeiro porque perdeu seu significado. Segundo porque no decorrer dos anos – são dois mil anos na terra – ofuscou-se sua visão, perdendo então seu foco, seu significado e sua essência.

O cristianismo hoje é visto por muitos como um dos meios mais sujos e corruptos da humanidade. Errados? Não! Nosso testemunho tem sido de vergonha, não temos o direito de arrogar-se a si mesmo o nome de “cristão” um vez que não agimos como os conhecidos “cristãos” do Coliseu, que não negando sua fé em Jesus, abriram mão das suas próprias vidas pela causa de Cristo.

Nós, ao contrário, abrimos mão de Jesus em prol da nossa vida; da nossa estabilidade, da nossa comodidade, do nosso bem-estar, da boa colocação social, da projeção sobre a média, do lugar de destaque, do dinheiro fácil, das riquezas às custas dos mais simples e ignorantes; enfim, mesmo confessando Jesus com a boca, somos capazes de negá-lO com nossas atitudes, escolhas, decisões, comportamentos e com a nossa própria vida.

Afinal, somos cristãos ou não?

Dentro deste contexto maléfico, o que me resta, é abrir mão do “cristianismo-histórico-cultural” – ou como muitos chamam, o ser “evangélico” – para ser de Cristo em minha totalidade.

Abro mão das heranças religiosas herdadas pelo “cristianismo” para ser de Cristo com todas as víceras do meu ser.

E nesse abdicar do “cristianismo”, abro espaço para ser crístico em Cristo.

Se faz necessário então entender o que é ser crístico!?

Quero emprestar a definição de um companheiro – Huberto Rohden – para adotar este sinônimo: CRISTICIDADE ou CRÍSTICO deriva-se da palavra Cristo; crístico, logo é aquele que em si carrega o significado e a essência derivado do Cristo. Aquele que compartilha da essência do Cristo.

Para que você possa entender, nessa definição podemos dizer que o apóstolo Paulo era crístico porque entendeu que ao aceitar a Cristo como Senhor de sua vida, e ao conscientizar-se do significado da Cruz, escreveu que ele já não era somente ele mesmo, mas sim, ele era ele sendo em Cristo – e nos dizendo de outras tantas formas: ora, “já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim”; “Não sabeis vós que os vossos corpos são membros de Cristo?”... e tantos outras passagens que fala sobre o “ser crístico” - que carrega Cristo no centro do ser, de modo que já não se percebe independente, mas se percebe incluído, arraigado e plantado em Cristo.

Assim, entendemos que:

Cristão é aquele que carrega os traços do cristianismo histórico, com performances do protestantismo; crístico é aquele que carrega o significado da cruz no ser, e do Evangelho na vida.

O cristão se atenta para o exterior; o crístico sabe que a vida exterior é o resultado da entrega da interioridade a Cristo.

O cristão precisa de santificação por meio de formas; o crístico se sabe santificado por meio de Cristo, e sabe que santificação é fruto de uma vida de entrega ao total controle do Espírito do Senhor.

O cristão precisa de um lugar geográfico para cultuar ao seu deus; o crístico sabe que sua vida é um altar móvel cuja Santo-dos-Santos é o seu próprio coração, um lugar de sacrifício constante de adoração ao verdadeiro Deus.

O cristão entende que sua vida só deu fruto se “ele” levou alguma alminha oprimida aos pés de Jesus; o crístico entende que os frutos não se reduz à salvação de almas, porém, são todas as expressões exteriores de bondade, de assistência, de generosidade, do estender a mão em direção ao próximo.

O cristão pensa que Deus só o percebe quando na “igreja” ele ora dizendo: “Senhor ‘entramos’ agora em Tua presença....”; o crístico sabe que sua vida é um total flagrante diante de Deus, de forma que se percebe na presença de Deus a todo o momento – “onde me esconderei de sua face? Onde quer que eu for Tu lá estarás” disse o salmista.

O cristão tem dias e horas marcados para a operação de Deus – como se isso fosse possível – , de forma que se na segunda é culto de libertação, Deus não pode derramar o Seu Espírito, e se no domingo é culto da família, Deus não pode libertar – é como os fariseus diziam “... existem outros dias para serem curados, venham em outras reuniões e não no sábado...”; porém, o crístico sabe que todos os dias é dia oportuno para o agir de Deus, de modo que nenhum homem pode regular a agenda de Deus, uma vez que Deus não tem agenda pré-determinada para sua atuação na humanidade.

O cristão precisa se limitar ao não toque, não fale, não esteja com aquele, não bebas isso, não se vista daquele modo; já o crístico sabe que “tudo é permitido”, porém nem
tudo é proveitoso. Sim, “todas as coisas são lícitas”, contudo nem todas são edificantes
, de modo que quem se percebe de Deus, sabe o seu próprio limite.

O cristão precisa de tutores, de aios e de mentores – pastores, bispos e apóstolos – que o controle e o dirija na vida, ditando regras e o direcionando em como devem andar; o crístico sabe que em Cristo já não precisamos de aio, de tutores, de modo que quem quer viver o Evangelho, olha pra Jesus e seu Caminho na terra, e o imita, de modo que o único pastor é o Bom Pastor, que deu Sua vida pelas Suas ovelhas.

(Entenda que há o que chamo de extrapolação de liderança, sendo que existem líderes que se acham os únicos mediadores entre Deus e os homens, alguns arrogam a si o direito de dar uma cobertura seja “pastoral” ou “apostólica” sobre outros, porém a única cobertura que está sobre mim, é a do Sangue do Cordeiro que tira o pecado do mundo, e tenho pessoas com as quais tenho relacionamento e que os tenho como referência, me submetendo à sua autoridade pastoral por entender que são homens verdadeiramente comprometidos com o Evangelho.)

O cristão tem um senso de justiça própria que o diferencia dos demais, sendo que são capazes de exercer juízos sobre outras pessoas determinando grau de santidade, de justiça e de pecaminosidade, e impondo disciplinas e exclusões sob a justificativa de se estar sendo criterioso-ético-e-moralmente correto conforme a Bíblia; o crístico olha para os outros a partir dele mesmo, percebe nos outros alguém que é falho como ele é falho, e que se ele foi perdoado, logo, ele pode perdoar.

Enfim, o crístico sabe que apesar dos “cristãos”, todos somos filhos de Deus. Todos pecaram, e todos destituídos estão da glória de Deus.

Logo, quem se percebe incluído em Cristo, inclui outros sem distinção. Quem se percebe amado por Deus sendo ainda pecador e não merecedor, ama outros com o mesmo amor com a qual é amado. Quem se percebe perdoado por meio da Cruz e do Sangue de Cristo, perdoa ao próximo como por Ele foi perdoado. Quem se percebe um filho da misericórdia, alguém cuja dívida impagável foi paga por meio do Sangue de Cristo, e Nele ainda sendo injusto foi feito justo e justificado por meio de sua Cruz, estende esta misericórdia ao próximo pois se sabe um filho da Graça sendo gracioso para com o seu próximo.

Quem se percebe posto no único Caminho que gera Vida por graça, e não pelas suas obras, é capaz de aceitar que outros sejam posto neste mesmo Caminho independentemente de quem são, permitindo que o Caminho gere Vida nele conforme a Verdade de Deus pra nós.

Sendo assim, abro mão de ser este “cristãozão” conforme vemos os ridículos exemplos de várias formas expressadas em atitudes, confissões, comportamentos, palavras, e falcatruas, para ser crístico em Cristo.

Vivendo o verdadeiro significado do Evangelho pra nós, no chão da vida, não se limitando apenas num espaço geográfico, e sim sendo Evangelho onde quer que estejamos, na rua, em casa, no trabalho, na escola, na urna de eleição, na internet, com a esposa, com o marido, com os filhos, com os pais, com os amigos, até mesmo dentro da “igreja” – porque não!? rsrsrs....

Assim, convido você a reavaliar sua fé. Onde você tem o seu referencial, qual significado tem tido a sua existência. Qual definição tem sido a marca do seu caminhas na vida: cristão ou crístico?

Pense nisso!

Juliano Marcel
27/11/08
Bragança Paulista-SP
juliano.marcel@ymail.com
www.julianomarcel.blogspot.com

*Nota: Não estou fundando uma seita religiosa, nem escrevendo uma heresia, apenas convidando você a refletir sobre o significado da sua fé, e como você tem vivido. Crístico é apenas uma definição secundária para o mesmo ser que confessa Jesus como Senhor e Salvador da sua vida, e Nele, vive a vida com Graça conforme o Evangelho.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Simplicidade da vida conforme o sermão do monte

A simplicidade com que somos chamados para viver em Cristo, é totalmente antitético com a realidade que vivemos hoje. Aliás, seja qual for a realidade, tempo, meios-sociais que se viva, a essência da vida que em Cristo nos é proposta é totalmente contrário.

Mateus relata uma mensagem de Jesus, conhecida como o Grande Sermão – o do monte – e nela, Jesus fala sobre a síntese da vida e sua centralidade no ser que a vive, e faz o convite para que todos vivam a vida cumprindo a palavra que de Sua boca procedera.

Muitas vezes atentamos para o lado positivo e bom que nas bem aventuranças nos é dito, porém ignoramos o negativo, ou, o que acarreta se tal verdade não for cumprida na vida.

Dessa forma podemos entender que se bem-aventurados são os humildes de espírito, emacumbados são os arrogantes!


Se bem-aventurados são os que choram, pedrados e dessensibilizados são os que são incapazes de oferecer consolo.


Se bem-aventurados são os mansos, demoniacamente existenciais são aqueles em cujo coração existe apenas a vontade e o rompante de partir para o trucidamento do outro!


Se bem-aventurados são os que têm fome e sede de justiça, demonizados são os acomodados, indiferentes e dessensibilizados, que passam pela existência sem nenhum tipo de sentimento para com a vida!


Se bem-aventurados são os misericordiosos, feiticeiros no coração são os implacáveis!


Se bem-aventurados são os limpos de coração, homicidas são os que malignamente fazem mal ao seu semelhante com uma atitude mascarada de bondade.


Se bem-aventurados são os pacificadores, malditos são aqueles que existem para a intriga, para a contenda, para a provocação da inimizade, para a construção de fossos entre as pessoas!


Se bem aventurados são os perseguidos por causa da justiça, malditos e filhos do império das trevas são aqueles que por toda a injustiça conseguem passar ilesos pela existência, alimentando-se de maldades e maldades!


Se bem-aventurados são aqueles que forem injuriados e perseguidos e, mentindo dizem todo o mal contra estes filhos de Deus por causa de Jesus; filhos do diabo são os que se sentem como os donos da verdade suprema, e que ressentidos com aqueles que crêem na liberdade de Cristo, os acusam de profanadores e libertinosos, e maquinam meios para diabolicamente fazerem da liberdade em Cristo, um cárcere privado da consciência controlando e manipulando o próximo tirando proveitos próprios.


Assim, podemos entender que as Bem-Aventuranças do Sermão da Montanha não é poesia a ser declarada nem decorada, e sim, para servir de chão pra vida, de fundamento da existência, de caminho pro ser, de fundamento para a vida, de alicerce que dá sustentabilidade para que se possa caminhar na vida vivendo as conseqüências deste discernimento na continuidade que Jesus mencionou; sendo sal para se diluir e dar sabor e gosto entre os outros semelhantes, sejam eles cristãos ou não, e sendo luz para iluminar os caminhos sendo um referencial em cujas obras são exercidas pelo amor – por que se não tiver amor, de nada me valerá!


Bem-aventurado é o homem que em Cristo discerniu e encarnou estas coisas, e que delas fez seu Caminho, que nelas vive a Verdade, e que por elas desfruta da Vida.


Na graça Dele, por quem digo o mesmo que o salmista: “Bem-aventurado sou eu, a quem o Senhor não imputa transgressões”!


Juliano Marcel
20/11/08
Bragança Paulista - SP
juliano.marcel@ymail.com
www.julianomarcel.blogspot.com

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Qual reino habita sua alma?

"Ele nos transportou do reino das trevas, para o Reino do Filho do Seu amor...", foi o que Paulo disse aos de Colossos.

É o que Paulo diz a todos nós, porém, nem sempre discernimos qual é o reino das trevas e qual é o Reino do Filho do Seu amor.

Uma vez que o próprio Jesus disse que o Reino de Deus, não vem com visível aparência, não podendo estar em um lugar geograficamente especifico, de modo que não se pode dizer que ele está aqui, ou ali, porque o Reino de Deus está ‘em’ nós; logo, se o Reino de Deus não habita a geografia física, mas sim o universo do coração, da interioridade, então, pode-se presumir que o império das trevas – ou o reino das trevas – também habita a interioridade do homem.

Se o Reino do Filho é governado pelo único dogma que pode gerar vida, o amor; o reino das trevas é governado pelo ódio.

Se o Reino do Filho traz paz e vida; o reino das trevas traz tormento e angustias.

Se o Reino do Filho gera bondade e mansidão; o reino das trevas gera perversidade e maldade.

Se o Reino do Filho ilumina o nosso entendimento; o reino das trevas traz a confusão e o caos para a nossa mente.

Se o Reino do Filho faz com que tenhamos uma saúde psíquica de forma que ainda que as circunstancialidades externas sejam caóticas, de modo que como Paulo disse aos Filipenses que pode-se passar por dificuldades geográficas, limitações materiais, escassez de alimento, desprovimento de agasalho, ainda assim, podemos nos alegrar naquEle que nos fortalece; o reino das trevas gera em nós uma fobia existencial, uma crise psíquica, uma alteração de identidade, uma esquizofrenia comportamental de modo que em não tendo em que se refugiar, esconde-se dentro do seu próprio ser, habitando as trevas interiores, sendo atormentado pelos demônios da nossa própria consciência, pelas inseguranças que nos desinstalam, pelas incertezas de nossos dias, pela angústia do amanhã, por toda sorte de medos e traumas que habitam nossa consciência e nosso inconsciente.

Sendo assim, o reino das trevas é o que gera a insegurança que traz a depressão, opressão, fobias, traumas e toda sorte de existências pessoais e impessoais que assolam a interioridade do ser.

Porém, se conforme João crermos que Jesus é o Cristo o Filho de Deus, ele diz que se verdadeiramente crermos, acontecerá conosco o que Paulo disse aqui: seremos transportados do reino das trevas – deste reino de trevas, desta escuridão existencial, desta de-sensibilização afetiva, dessa opressão maligna, dessa invasão por demônios que não são espíritos externos, porém, sendo os algozes do nosso próprio ser -, sairemos deste reino de dor, e seremos colocados no Reino do Filho do Seu amor, que não habita uma geografia, porém se edifica e cresce dentro da nossa interioridade, trazendo paz, alegria, vontade de viver para a glória de Deus; quando isso acontecer, quando essa transição do reino das trevas para o Reino do Filho do Seu amor se der após crermos em Jesus, João diz que teremos Vida em Seu nome.

Vida de paz, de sossego espiritual, de descanso para a nossa alma. Vida que nos ensinará a responder as hostilidades do nosso dia-a-dia. Vida que nos ensinará que ainda que se experimente um mal na vida, Deus faz o mal se transformar em bem pra nós, porque está escrito que tudo coopera – seja mal ou bem, morte ou vida, alegria ou tristeza, certezas e incertezas – conjuntamente para o ‘bem’ daqueles que ama a Deus, uma vida de descanso que nossa alma chama de salvação.

Sendo assim, quando desfrutamos dessa Vida em nós, somos habitados por este Reino do Filho do Seu amor, e já não há mais espaço para desesperança, para depressão sem fundamentos existenciais, para incertezas, medos, fobias, traumas, para a negridão deste reino de trevas, porque gozamos deste Reino de Amor em Cristo.

Só experimenta essa transição existencial, quem creu e discerniu a Cruz de Cristo, e nesta fé se entregou por completo sem medidas, confiando que é habitado pelo Reino do filho do Seu amor.

Pense nisso!

Qual reino tem habitado o seu ser?

Na graça Daquele, que me abduziu para o Reino do Seu amor na Cruz.



Juliano Marcel
07/11/08
Bragança Paulista – SP
juliano.marcel@ymail.com
www.julianomarcel.blogspot.com

sábado, 25 de outubro de 2008

A falta de tempo com os filhos gera traumas psicológicos...


Poder gerar e criar filhos é uma benção! Porém, nem sempre conseguimos entender como educá-los e criá-los de forma que venham crescer em um ambiente saudável psicologicamente.

Hoje, eu estava assistindo um programa na TV – Super Nany – e a declaração da filha da mulher que se inscreveu no programa me emocionou demais.

O que acontece, é que normalmente nos permitimos ser levados pelas circunstancialidades da vida, e não nos atentamos para as conseqüências deste “se deixar” levar, nas vidas dos filhos.

É muita correria no dia-a-dia, trabalhos, reuniões, a casa, igreja, compras, contas, coisas e mais coisas, que nos esquecemos de dar a devida atenção aos filhos.

Tempo com qualidade para com os filhos é algo raro em nossas vidas, principalmente nestes últimos tempos, onde quando não se pode estar com os filhos, tentamos pagar pela falta que temos com eles comprando presentes, e promovendo meios de interatividade ocupacional, de forma que eles não percebam a nossa ausência em suas vidas.

Tv’s, games, internet, jogos, programações.... e não percebemos que a cada dia estamos nos afastando dos nossos filhos.

A realidade – sem fantasia-la – é que infelizmente estamos convivendo com pessoas cuja realidade-pessoal nos é desconhecida. Parecemos estranhos dentro da mesma casa. São pais que não conhece seus filhos, não sabem quem são, com quem andam, com quem se relacionam; são mães que já não conversam com suas filhas e não tem nelas a segurança e confiabilidade de uma confissão pessoal.

Assim, o que temos nestes últimos dias, são crianças sem carinho, afeto e dignidade por parte dos pais.

A menininha do programa de sete anos disse em lágrimas: “Minha mãe não conversa comigo. Ela só grita e me bate. Não brinca comigo, não sai comigo. Ela dá mais atenção ao meu irmão do que pra mim. Eu só queria poder ficar um pouco com ela...”.

Qual é o trauma gerado e alimentado todos os dias pelos próprios pais na vida desta menina? O que ela vai levar para a sua vida adulta? A falta de tempo com os filhos gera traumas terríveis na vida dos filhos, e no decorrer de sua vida o que ocorre é a tentativa de suprimir ou compensar esta falta com outras coisas que irá trazer muito mais malefícios psicológicos e o conduzirá para uma vida deprimida e angustiante.

E esta é a realidade vivida em muitos lares desse nosso país, e principalmente – ou porque não dizer infelizmente – em nossas “igrejas”.

Somos pessoas que confessam uma fé cuja essência é sua expressão em amor, carinho e afeto para com o próximo, porém, sequer somos capazes de conscientemente admitirmos esta falha em nossa casa, pois tentamos tratar bem os de fora, e nos esquecemos dos que estão debaixo do nosso teto.

Assim, pense: Quanto tempo você passa com seus filhos? Qual foi a última vez que você tirou um tempo para jogar bola com seu filho? Quando foi que você brincou de boneca com sua filha? Quando foi que você saiu com eles para um passeio em família onde os permitiu serem somente o que verdadeiramente eles são, “crianças”? Quando foi que seu filho/a ficou um tempo abraçado com você trocando carinhos e confissões de amor?
Para eles, isso faz uma grande diferença. Os faz se sentirem valorizados, parte integrante ativamente de uma família, passa um senso de valor e amor, onde sabem que são amados e importantes.

Por tanto, não deixe que seus filhos cresçam sem saberem que você os ama. Sem seu toque, sem seu abraço, sem sua declaração de amor, sem poder passar um tempo com você.

Minha filha é alguém especial em minha vida, cuja importância sobrepuja trabalho, igreja e minha própria vida, pois eu sei da importância que ela tem, uma vez que eu a herdei diretamente de Deus. Filhos são herança do Senhor diz o salmista.

Pense nisso!

Na graça Dele que me fez entender este amor incondicional quando me permitiu ser pai, como Ele é meu Pai. Aba Pai!

Juliano Marcel
25/10/08
juliano.marcel@ymail.com
www.julianomarcel.blogspot.com

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Sobre Deus - Rubem alves

Eu gosto de Rubem Alves.


Rubem Alves fala ao meu coração. Sei que ele é heterodoxo, meio birrento com pastores de minha laia, mas fazer o quê? Eu gosto dele. E muito!


Acabei de receber um texto e, de novo, senti-me visitado pelo Mistério. Sei, sei, já ouvi tudo o que podia ser dito sobre as heresias, os absurdos teológicos, as tontices do Rubem (sinto-me tão próximo, que me atrevo chamá-lo pelo primeiro nome), mas ele consegue entrar nos cantinhos mais secretos do meu ser. Então, às favas com a ortodoxia.


Rubem, você é bem-vindo ao solo sagrado do meu coração.



Eis o texto:


Sobre Deus
Rubem Alves



"Alguém disse que gosta das coisas que escrevo, mas não gosta do que penso sobre Deus. Não se aflijam. Nossos pensamentos sobre Deus não fazem a menor diferença. Nós nos afligimos com o que os outros pensam sobre nós. Pois que lhes digo que Deus não dá a mínima. Ele é como uma fonte de água cristalina. Através dos séculos os homens tem sujado essa fonte com seus malcheirosos excrementos intelectuais. Disseram que ele tem uma câmara de torturas chamada inferno onde coloca aqueles que lhe desobedecem, por toda a eternidade, e ri de felicidade contemplando o sofrimento sem remédio dos infelizes.



Disseram que ele tem prazer em ver o sofrimento dos homens, tanto assim que os homens, com medo, fazem as mais absurdas promessas de sofrimento e autoflagelação para obter o seu favor. Disseram que ele se compraz em ouvir repetições sem fim de rezas, como se ele tivesse memória fraca e a reza precisasse ser repetida constantemente para que ele não se esqueça. Em nome de Deus os que se julgavam possuidores das idéias certas fizeram morrer nas fogueiras milhares de pessoas.



Mas a fonte de água cristalina ignora as indignidades que os homens lhe fizeram. Continua a jorrar água cristalina, indiferente àquilo que os homens pensam dela. Você conhece a estória do galo que cantava para fazer nascer o sol? Pois havia um galo que julgava que o sol nascia porque ele cantava. Toda madrugada batia as asas e proclamava para todas as aves do galinheiro: “Vou cantar para fazer o sol nascer”. Ato contínuo subia no poleiro, cantava e ficava esperando. Aí o sol nascia. E ele então, orgulhos, disse: “Eu não disse?”. Aconteceu, entretanto, que num belo dia o galo dormiu demais, perdeu a hora. E quando ele acordou com as risadas das aves, o sol estava brilhando no céu. Foi então que ele aprendeu que o sol nascia de qualquer forma, quer ele cantasse, que não cantasse. A partir desse dia ele começou a dormir em paz, livre da terrível responsabilidade de fazer o sol nascer.


Pois é assim com Deus. Pelo menos é assim que Jesus o descreve. Deus faz o sol nascer sobre maus e bons, e a sua chuva descer sobre justos e injustos. Assim não fiquem aflitos com minhas idéias. Se eu canto não é para fazer nascer o sol. É porque sei que o sol vai nascer independentemente do meu canto. E nem se preocupem com suas idéias . Nossas idéias sobre Deus não fazem a mínima diferença para Ele. Fazem, sim, diferença para nós. Pessoas que tem idéias terríveis sobre Deus não conseguem dormir direito, são mais suscetíveis de ter infartos e são intolerantes. Pessoas que têm idéias mansas sobre Deus dormem melhor, o coração bate tranqüilo e são tolerantes.



Fui ver o mar. Gosto do mar quando a praia está vazia da perturbação humana, Nas tardes, de manhã cedo. A areia lisa, as ondas que quebram sem parar, a espuma, o horizonte sem fim. Que grande mistério é o mar! Que cenários fantásticos estão no seu fundo, longe dos olhos! Para sempre incognoscível! Pense no mar como uma metáfora de Deus. Se tiver dificuldades leia a Cecília Meirales, Mar Absoluto.



Faz tempo que, para pensar sobre Deus, eu não leio teólogos; leio os poetas. Pense em Deus como um oceano de vida e bondade que nos cerca. Romain Rolland descrevia seu sentimento religioso como um “sentimento religioso”. Mas o mar, cheio de vida, é incontrolável.



Algumas pessoas têm a ilusão que é possível engarrafar Deus. Quem tem Deus engarrafado tem o poder. Como na estória de Aladim e a lâmpada mágica. Nesse Deus eu não acredito. Não tenho respeito por um Deus que se deixa engarrafar. Prefiro o mistério do mar... Algumas pessoas não gostam do que penso sobre Deus porque elas deixam de acreditar que suas garrafas religiosas contenham Deus... "


Fonte:
www.ricardogondim.com.br

domingo, 19 de outubro de 2008

Liberto pela liberdade libertadora de Cristo

Lendo o Evangelho, podemos entender que a transição da revelação de Deus culmina na compreensão da plenitude revelada em Cristo, ou seja, o ápice do conhecimento de Deus – a saber, Cristo crucificado.

Vemos Deus se revelando no jardim da consciência, onde aquilo que se conhece estava sendo gerada no infância da consciência, e no decorrer dos tempos, o crescimento do conhecimento de Deus veio sendo guiado pelas Escrituras, e a lei – como diz Paulo – agiu como um Aio, ou seja, como um tutor, um servo que dirige, que mostra o caminho, que conduz o filho do patrão.

Mas no entanto, ao Cristo se manifestar, no Evangelho encontramos a maturidade do conhecimento, de forma que não se necessita mais de um Aio, de um tutor que te pegue pela mão e te ensine a caminhar, mas compreendendo o que em Cristo foi revelado, sigamos agora em consciência e conhecimento maduro para a vida.

Este conhecimento, Paulo chama de liberdade. Foi para a liberdade que Cristo vos chamou, ou seja, para a maturidade onde você possa responder pelos seus próprios atos sem que necessite de um guia, de um tutor, mas apenas a sua própria consciência.

Assim, e desse modo, é que conseguimos crescer no conhecimento do que representa para nós a liberdade em Cristo.

Quando atinge-se a maturidade, você não precisa que ninguém diga a você para não por a mão no fogo porque se colocar será queimado. Você não precisa que te peguem pela mão para atravessar a rua, porque agora você sabe se cuidar e olhar para os dois lados para poder atravessar e não se colocar em perigo frente algum automóvel. Na maturidade, você pode formar uma família, porque entende as implicações e responsabilidades dessa nova fase da vida.

Assim também é com a maturidade para qual o Evangelho nos conduz.

Sendo maduro e responsável – em Cristo – eu posso fazer o que quiser, mas tenho a opção de escolher a que edifica a minha vida. Posso fazer o que eu quero, porém, posso escolher o que é lícito, devido á maturidade responsável que me foi gerada.

Com esta liberdade gerada pela maturidade em Cristo, é que posso andar na vida sendo eu mesmo, podendo tocar, comer e viver com liberdade, porém, vivendo livre sem usar da liberdade para dar ocasião à carne.

E esta consciência de não dar ocasião à carne só é alcançada quando experimenta-se na vida a consciência de Cristo. De forma que responsavelmente vive-se a vida para a glória de Deus no Filho.

Na verdade isso acontece quando abrimos mão da religião – o Aio e tutor de nossas vidas – para nos entregarmos em fé em Cristo, e no que Ele fez por nós na cruz.

Assim, vivemos a vida com a liberdade-consciente que a maturidade em Cristo gera em nós, sabendo o que convém e o que edifica, e o que glorifica a Deus em nossas vidas.

Assim, podemos dizer que compreendemos o que a cruz significa pra nós, e como Paulo, dizer que vivemos em Cristo, e Ele em nós, de forma que já não vivemos por nós mesmos e sim, vivemos a nossa vida pela fé no Filho de Deus.

Na graça Daquele, que me chamou para a liberdade me conduzindo à consciência da revelação no Filho.

Juliano Marcel

Bragança Paulista - SP
19/10/08
juliano.marcel@ymail.com
www.julianomarcel.blogspot.com

Contato:

Assunto do contato
Nome
E-mail
Mensagem



http://www.linkws.com

"Só existe um Caminho que te conduz à Verdade que gera Vida....... Jesus!"
Todos os direitos reservados a Ministério Juliano Marcel - Graça & Vida.

  © Blogger template 'Neuronic' by Ourblogtemplates.com 2008

Back to TOP